sexta-feira, 25 de abril de 2014

Manly – sons e cheiros

Aqui vale um post para falar apenas dos sons e dos cheiros pois eu estou impressionada! Não sei se é a época, ou se é a Australia ou o bairro, mas andar nas ruas de Manly é uma experiência divina! Cada casa tem um jardim lindíssimo cheio de árvores e flores que exalam perfumes que nunca havia sentido recheado de pássaros de diversos tamanhos, cores e barulhos. Me surpreendi com o papagaio branco de crista lindíssimo e curioso, com outro periquito 7 cores gracioso e barulhento, por morcegos e por outros tantos enormes que quando pousam na árvore chegam até a pesar os galhos. Me surpreendi com os sons do amanhecer e entardecer. A frequência dos sons dos grilos, sapos, passarinhos é algo surreal. Para explicar, eu tive que mudar de lugar para conversar de tanto barulho que eles faziam. De repente pousaram do nada 2 dúzias de passarinhos que me deixaram quase surda! E eles nem se importaram que eu estava lá, pois afinal de contas, lá é a casa deles e não a minha.

25 diferenças das praias Australianas e Brasileiras

1. Tem piscina em todas as praias movimentadas, lava-pé, chuveiro, bebedouro, churrasqueiras públicas e banheiro com papel higiênico.

2. Não há cachorro andando solto. Nada contra cachorros, mas lugar de cachorro não é na praia. 

3. Não se encontra pilhas de lixo no final do dia como garrafas pet, latinhas de cerveja, copos plasticos, palitos de picolé, pitucas de cigarro e afins.

4. O gramado na beira da praia é muito bem cuidado e utilizado pelos australianos que fazem piquenique com vinho, queijo e afins.

5. Há alguns campings públicos com água, chuveiro e banheiro ecológico. Você pode acampar sem gastar um tostão ou no máximo pagar uma taxa mínima de administração. Os campistas levam suas placas solares, banheiros privados e outros equipamentos de camping que só aqui na Australia pude encontrar. 

6. Existe bastante motor home perto das praias, atividade extremamente insegura de se realizar no Brasil, infelizmente.

7. Não tem ninguém vendendo algo na beira da praia. 

8. Não tem esgoto na praia. Ele passa por um tratamento e depois de muita pressão e peneira para diminuir o tamanho e quantidade do lixo, o detrito é encapsulado em mini partículas levadas por tubos subterrâneos a uma grande distancia da praia, servindo de alimento para alguns peixes.

9. Não tem problema deixar celular, chave do carro, prancha e afins.

10. O frescobol é diferente. A raquete é de pano com uma bolinha pequena que não faz barulho como uma raquete de madeira. A velocidade também é mais lenta que o nosso frescobol.
Não tem futebol nas praias australianas e nem taco.

11. Os australianos não correm e andam na areia como os brasileiros. Até tem um ou outro, mas nada que se compare ao tráfego de pedestres caminhando nas praias brasileiras.

12. Os australianos madrugam para nadar na água congelante sem roupa especial. É impressionante a quantidade de australiano nas piscinas construídas ao lado da praia entre 6h30 e 7h30 todos os dias, faça chuva ou faça sol.

13. No costão de pedra entre uma praia e outra há boias salva-vidas em diversos pontos e placas sinalizando a direção e qual distancia as boias estão caso precisar.  

14.Não há tanta diversidade de animais a olho nu na areia ou nas pedras como no Brasil. Isso significa menos siri, barata do mar, conchas, tatuíras, pepinos do mar e afins.

15. Os mais venenosos e mortíferos animas do planeta se encontram nas praias australianas como o polvo de anéis azuis (o veneno mata uma pessoa em 30 minutos e não tem antídoto), o peixe pedra (peixe mais venenoso do mundo), vespa do mar - água viva (o corpo é do tamanho de uma bola de basquete, mas os tentáculos podem chegar até 5m, e carrega veneno para matar até 60 homens), tubarões e outros mais.

16. Os peixes são mais coloridos que no Brasil.

17. Crianças pequenas não usam biquínis/sungas, mas uma roupa de lycra que cobre praticamente o corpo inteiro.

18. Não existe gente andando de biquíni na orla ou nas ruas próximas a praia como no Brasil. O único lugar que se usa roupa de banho é na areia.

19. As pessoas trocam de roupa embrulhadas em uma toalha/roupão. Não se volta para casa com roupa molhada.

20. Não se vê guarda-sol nas praias como no Brasil, apesar da taxa de câncer ser altíssima.

21. As mulheres usam biquíni cobrindo o bumbum por inteiro e fazem topless como na Europa.

22. As mulheres não são devoradas pelos olhares dos homens que no Brasil são vistas como objeto sexual.

23. Não se ouve pagode e nenhum outro som que não seja as ondas do mar na beira da praia.

24. Os brasileiros amam as praias australianas e geralmente escolhem estes lugares para morar, como é o meu caso, por exemplo.

25. Dizem que os australianos não fazem xixi no mar, mas sobre este fato, não há como descobrir a verdade :)

sábado, 12 de abril de 2014

Primeiro mês na Australia

Um pouco sobre saudades, escola, trabalho, amizades, brasileiros, turismo, moradia, locomoção e a praia.

Já faz um mês que estou na Australia e passei por muitos sentimentos neste curto período. O maior é o psicológico da distância que potencializa os sentimentos.

Parece que a saudade fica maior. A frequência que visitava minha família era mensal, mas este mês aqui parece que foi muito maior só pela distancia. Chego a sonhar com minha família, amigos, sobrinha... Esta parte é a que todos reclamam e faz com que a grande maioria volte para o Brasil.

Sobre a escola, agora já não quero mais matar o professor, mas apenas quebrar a perna dele. Brincadeiras a parte, já passou a fase do estranhamento e as coisas estão se encaixando. Não chorei mais na classe e parei de olhar com a cara feia para o professor. Teve um dia que precisava levar comida e música de seu país e eu toquei Carinhoso na flauta e não é que eu fiz as pazes com o professor? Ele até pediu para eu tocar depois para a turma que estava se formando.  Nada que a música não se incuba de resolver J.

Quanto ao trabalho, e cada dia tem sido desafiador e um pouco melhor. No início entendia apenas 30% do que era dito no escritório. Agora já entendo 40%! Hehehe. Ainda sinto frio na barriga e o trabalho mais difícil que eu tenho que realizar não é fechar contratos, negociar mídia ou analisar propostas, fazer invoices e organizar documentos, mas é simplesmente atender cliente no telefone! Eu quero morrer quando preciso ajudar a telefonista nos minutos de pico a agendar shuttle do hotel para o aeroporto. É muito difícil entender o sotaque de cada um e para mim este é o ponto que quero desenvolver nesta empresa: atender telefone! Simples quanto isso. Cheguei inclusive a perder uma cliente que desligou o telefone na minha cara pois eu não entendia o que ela falava! Um desastre para mim e para a companhia.
Outro dia o dono da empresa pediu que não falasse mais ao telefone e gritou: “You need to improve your English! You need to improve your English!!!” Mas o gerente me requisita e eu faço mesmo assim só de vez em quando, pois eu quero “improve my English”.

Quanto as amizades... é muito difícil não conviver com brasileiro. O conselho de praticamente 100% das pessoas é: não fique com brasileiros, mas eu digo para atirar a primeira pedra quem consegue esta proeza. Eu encontro brasileiros na praia, na dança, no bairro, no supermercado, na escola, nos cursos de trabalho, lojas, em tudo quanto é lugar, e a gente se reconhece. O que tenho feito é buscar inserir amigos australianos, europeus, asiáticos no meu convívio para que a conversa obrigue a ser em inglês. Algo que também tenho feito é falar em inglês com brasileiros, mas não é sempre e exige muita disciplina.

Sobre turismo, minha expectativa quando cheguei aqui era conhecer este pedaço por inteiro mas se passou um mês e só consegui conhecer o meu quadrado e este já está bem difícil explorar pois agora só tenho o final de semana e este também é bastante corrido.  Mas estou com uma pulga enorme de curiosidade para desbravar este país.

Falando sobre a moradia, dei sorte em encontrar algo bacana logo de cara. Normalmente as pessoas se mudam bastante no início.  Divido o apartamento com mais 5 pessoas (sim, brasileiros!) e temos escala para tudo. Por mais que esteja trabalhando e estudando longe, estou adorando morar em Manly. É um privilégio estar do lado do paraíso.

Quanto a locomoção, para mim está sendo um pouco desgastante pois chego a gastar quase 4 horas por dia me locomovendo da minha casa para a escola e trabalho. Isso quando não resolvo ir para outro lugar depois do trabalho. Mas fazendo o balanço, ainda compensa morar no paraíso e para minimizar o tempo de locomoção, tenho aproveitado para ler, estudar inglês, falar ao telefone, ler e-mails e acessar rede social.  

Agora falando do paraíso na terra, procuro sempre dar uma passada de manhã e a tarde para correr, caminhar, fazer exercício ou nadar. Comprei uma máscara e um snorkel e tenho visto coisas incríveis em Sherly Beach: peixe branco, transparente, garoupa maior que 30 cm, corais, plantas, etc. É um mundo a parte e com um eco-sistema totalmente desconhecido por mim. Meu espírito de Felícia de apertar e tocar em tudo o que eu vejo fica contido pois afinal de contas não esqueço que estou no lugar com os bichos mais perigosos do planeta e até um peixe (stone fish) ou um coral podem ser fatal.
Também tenho me provocado a entrar na água, mesmo ela sendo congelante para o meu gosto. Se todo mundo entra aqui com a maior naturalidade, porque é que eu não irei entrar??? Neste quesito eu nem penso muito para não desistir e fico na água o quanto aguento.


E o balanço deste primeiro mês é que se eu tivesse que voltar hoje para o Brasil, já terá valido a pena. E o que vier a mais é puro lucro. Que venham os próximos meses...