quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Porque não?

Esta semana estou prestes a realizar dois grandes e novos desafios em minha vida: participar de um concurso de dança (amadora, só para deixar claro) e tocar zabumba (e não flauta) em uma banda de forró e sopro!

Não me sinto preparada e o sentimento é de incapacidade e prestes a realizar um desastre internacional. Mas a incapacidade entra em confronto com a vontade de ao menos tentar, pois se não for assim, nunca saberei se consigo ou não fazer. Para tentar eu preciso abrir mão do ideal, da perfeição, do meu conforto e dos meus medos. Dar a cara pra bater, me doar e acreditar pelo menos um pouquinho que pode dar certo.

Tenho aprendido que grande parte de nossa baixa autoestima é simplesmente pelo fato de nunca tentar. E se eu colocar horas e um pouco de dedicação mudo a escala do “não sei e tenho medo” para “agora ao menos já sei e consigo me virar”.  Ainda não estou segura quanto esta segunda afirmação, mas é o que estou buscando esta semana desesperadamente com pausa apenas para o post (até trabalho estou recusando!).

A participação no concurso amador de dança começou quando conheci o mais novo parceiro de dança que nunca tinha visto na vida (ou não me lembro). Depois de termos dançado ele perguntou se por algum acaso eu estaria disposta a participar de uma competição de bachata na próxima semana e a resposta foi: porque não? Nunca fiz aula de bachata, tive que aprender este ritmo para dançar com os gringos aqui na Australia. E quanto a dança de modo geral comecei a experimentar um ano e dois meses antes de vir para cá.

Não suficiente com este novo desafio, estava eu voltando do trabalho quando encontrei meus amigos músicos e gritei: “Eu estou desesperada para tocar!!! Me põe na roda!”. A resposta que eu não estava esperando: “vamos tocar com a gente na semana que vem. O ensaio é amanhã e temos cinco dias para treinar”.

Quando a gente deseja uma coisa e aparece assim de supetão escancarado na sua frente dá até medo. Na hora nem pensei e confirmei presença! Não sabia ao certo o que eu tocaria só sabia que na banda já tinha um excelente flautista e eu tocaria um instrumento de percussão.

Fui então introduzida à zabumba. Jamais em toda a minha vida imaginei tocando algum instrumento de percussão e inclusive tinha um pouco de preconceito. E cá estou eu novamente mordendo a minha língua e tentando fazer o milagre e tirar a batida nas duas mãos do xote e baião. Estou andando pelas ruas batendo com as mãos no corpo para ao mínimo conseguir soar a batida básica. .

O final da semana está chegando e estou tentando manter à calma que é praticamente inexistente. Não sei quem é mais louco se sou ou os meus amigos que acreditaram em quem muitas vezes não acredita em si mesmo, mas tem a cara de pau tamanho monstro. Prometo que vou tentar o melhor que puder, e obrigada por já me perdoarem se eu não conseguir. Pois afinal de contas, porque não tentar?

Convido meus amigos que estão na Austrália para participarem deste momento comigo e serem pacientes.


Dedico este post ao novo parceiro de dança que conheci a uma semana, Jay, ao excelente flautista que invejo mil de tão magnificamente ele toca, Oswaldo, e ao Fernando, meu novo professor de percussão fast food em dez segundos. Vocês três são demais!